A caótica Marrakech

Depois de quase quatro anos viajando apenas por países de cultura crista, branca e européia, decidi que a minha próxima viagem iria ser diferente e iria, de uma forma ou de outra, me oferecer um choque cultural. Minhas opcoes eram um pouco limitadas, pois ou eu voava de Ryanair ou voava de EasyJet, e tive que escolher entre Israel, Turquia, Marrocos e Egito.

O preco dos voos pra Marrakech, no Marrocos, estavam super em conta e sem pensar duas vezes, reservei as passagens e comecei a planejar a minha mini-trip de 4 dias pelo país. Se eu tivesse ficado apenas em Marrakech, 4 dias teriam sido mais do que suficientes, mas como eu fiz uma 2-day-trip pro deserto, achei que 4 dias foi um pouco apertado – 5 dias teria sido o ideal.

Saí de Bristol as 7h da manha de uma terca-feira chuvosa e muito fria e cheguei em Marrakech as 11h da manha de uma terca-feira quente e ensolarada.

Eu havia reservado um transfer do aeroporto até o hostel, mas a imigracao demorou tanto que saí do aeroporto 30 minutos depois do prazo máximo de espera do transfer e o cara já tinha ido embora. Joguei pra sorte e peguei o onibus (300DAH / €3) que sai do aeroporto e vai direto pra Medina, onde meu hostel ficava. Eu nao sabia o endereco do hostel de cabeca, mas sabia que era lá. O trajeto durou uns 25 minutos e já me mostrou bem o que esperar de Marrakech: caos.

marrakech-medina

Imagine o transito de Sao Paulo, mas sem um minimo de organizacao. Motociclistas sem capacete, carros cortando us aos outros, caminhoes, carros, kombis e cavalos, tudo ao mesmo tempo.

Ao chegar na Medina, outro choque.

Muita, mas muita gente. Cavalos, burros, macacos, encantadores de cobras, muitos andarilhos, muita gente vendendo coisas, muita crianca correndo e pedindo dinheiro e muito, mas muito homem. Tipo, muito homem junto. As mulheres que vi, ou estavam cobertas, ou eram claramente turistas.

Procurei pelo hostel por mais de uma hora e o resultado foi desastroso, me perdi muitas vezes e por estar claramente perdido, os locais queriam me “ajudar”, mas cobrariam €5 por informacao. Alguns pediam €10! Cansado e com fome, já passava do meio-dia, resolvi sentar em um restaurante, comer e usar o WiFi. Depois do almoco, já com o trajeto até o hostel tracado pelo Google Maps, cheguei lá sao e salvo.

Passei o restante do meu primeiro dia me perdendo pela medina. Visitando casa lojinha de parafernalha, de velas, de couro legítimo, de pashmina, de vasos, de temperos. Marrakech é um turbilha de cheiros, cores e gostos.

Ao cair da noite a medina se transforma e dá lugar ao maior street food festival que eu já vi na vida. Sao muitas, mas muitas mesmo barracas de comida. Eles comecam a montar as barracas pouco antes do por-do-sol e ao anoitecer a loucura realmente comeca. Como todas as barrcas oferecem o mesmo menu: tajine, cous-cous e skewers, a competicao é muita mais acirrada. Andar por ali é um exercício de paciencia e controle, porque os vendedores vao te rodear até voce sentar na barraca deles.

Alguns sao simpáticos, outros já te mandar se fuder no primeiro nao.

marrakech

Eu, fraco de negócio, acabei sentando na segunda barraca e pagando 3x mais em um prato típico porque apenas concordei com o vendedor, que nao falava ingles e estava me vendendo tudo em frances, que eu nao entendo uma palavra. Mesmo pagando o triplo, saiu barato porque o cambio marroquino é bem fraco se comparado ao euro.

Perambulei mais pela medina durante a noite e voltei pro hostel por volta das 23h da noite, pois de manha a maior aventura comecava: viagem ao deserto do Saara! A viagem pro deserto merece um post só pra ela, entao vou continuar a relatar aqui o que aconteceu quando voltei de lá.

Chegamos de volta em Marrakech por volta das 19h da noite do terceiro dia. Ao chegar no hostel, fiz amizade com um grupo de irlandeses que haviam chegado de Dublin, uma garota espanhola, uma maltesa, dois canadenses e uma outra brasileira. Nos juntamos e fomos andar pela medina. Comemos em uma barraca, que dessa vez me custou 3x menos do que da primeira vez, entramos em um café/bar e curtimos a vista da medina até o fim da noite.

O último dia foi mais relaxado, fiz comprinhas pela manha, andei mais pela ruelinhas da medina e pouco antes do almoco, me despedi de Marrakech e peguei o onibus pro aeroporto.

Infelizmente eu nao tirei muitas fotos, pois foquei mais em gravar vídeos e assim que eu terminar de editar e subir no YouTube, voces vao poder ver e entender o que é Marrakech. No próximo post eu conto mais sobre o deserto.


8 comentários sobre “A caótica Marrakech

  1. Que demais!! Eu sou doida pra conhecer Marrakech, mas infelizmente é um destino que eu não me sentiria segura em ir sozinha como mulher 😦 por isso to esperando a “hora certa” pra me jogar nesse choque cultural também. O deserto deve ser incrivel também, vou ficar de olho pra conferir tua experiencia por la tb 🙂

  2. Que viagem animal. Eu estou doida pra conhecer o Marrocos, mas assim, DOIDA. Toda semana olho tickets, hehe. Marrakesh é bem o que eu imaginava, pelo seu relato. Agora quero “ouvir” mais do deserto. Agora, não sei se é novidade pra você, mas te digo que desde que descobri o download de maps offline do google, nunca mais passei aperto. Antes de embarcar eu faço o download da área que eu quero ter acesso offline, e chegando lá só navego. É ótimo, economiza tempo e paciência haha.

    1. Oi, Gabi! Marrakech é loucura total! Desse grupo de pessoas que mencionei, uns tinham visitado a India e disseram que Marrakech era ok se comparado…eu assustei. Mas eu assusto até com 25 de marco LOL. O download offline nao funciona em Marrakech =( . Se puder, vá! Postarei do deserto logo, logo!

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