Cheguei em Gibraltar por volta das 10h da manha de um domingo e me despedi do território na terça-feira as 20h da noite, o que deu mais ou menos três dias inteiros por la. Segundo o aplicativo de steps do meu celular, nesses três dias eu andei 68km! Parece muito, mas Gibraltar é minúsculo, com apenas 6.8km2, e eu resolvi andar o máximo que pude e conhecer o máximo que desse.
Comecei minha aventura andando da fronteira com a Espanha ate o ponto mais ao sul de Gibraltar, o Europa Point. No caminho andei pela famosa Main Street, onde ficam a maioria das lojas e restaurantes; e pelo Irish Town, onde ficam pubs e bares. Como era domingo, parei pra almoçar em um desses pubs e comi o famoso Sunday Roast (que ja virou tradição na minha vida britânica). Depois do almoço segui caminho e andei pela Europa Road, que vai ate o Europa Point.
La fica o Farol de Gibraltar e em dias limpos, como os dias que visitei, da pra avistar as montanhas Atlas, no Marrocos. O Estreito de Gibraltar, que separa o território britânico do Marrocos, tem apenas 11km e é um únicos pontos na Europa onde podemos nitidamente ver o continente africano. Passei um tempo la apreciando a beleza do mar, das montanhas e passei a entender porque os espanhóis querem o território de volta e porque os britânicos não querem devolver! Realmente é uma localização muito privilegiada!

Voltei pelo mesmo caminho e fui pro hotel tirar uma soneca de fim de tarde, depois voltei pra Gibraltar pra jantar e tomar um pint. Vale dizer que o território é morto depois das 20h, ninguém na rua e nada nos pubs e bares. Nem no domingo, nem na segunda.
O segundo dia foi sem duvida o dia mais interessante, pois foi o dia que conheci o que faz Gibraltar famoso no mundo todo, a sua Rocha.
Peguei o Cable Car (£15 ida e volta), que sai do começo da Europa Road, e subi ate o topo da rocha, conhecido como Upper Rock. A subida e bem íngreme e leva em torno de 7 minutos, o que passa rapidinho ainda mais com a vista linda. La em cima, a primeira coisa que vemos são os famosos macacos!
Eles estão por toda a parte, sem brincadeira. Assim que os vi, peguei o celular e comecei a tirar fotos e filmar, quando do nada um pulou por trás de mim, subiu na minha cabeça, abriu minha mochila, jogou meu cachecol longe e roubou a minha barrinha de proteína!
Tudo isso em um intervalo de uns 20 segundos!
Depois de recuperado do ataque, fui andar pela rocha. Vi muitos macacos pelo caminho, tantos que depois de um tempo eles ja viram paisagem e a gente nem liga mais.
Tem muita coisa pra ver na Upper Rock, que se deixar voce passa o dia todo la e não ve tudo. Pra mim, os pontos mais interessantes foram o Ape’s Den, onde fica uma enorme concentração de macacos; a Winston Suspension Bridge, uma ponte suspensa no meio do nada que liga o Ape’s Den ao outro lado da rocha; os Tuneis de Siege, que datam da era medieval e o Castelo Mouro, construído pelos árabes quando controlavam Gibraltar séculos antes dos britânicos chegarem.

Sem querer eu acabei descendo pelo Cable Car na metade do dia e como ainda tenho muito pra ver la em cima, resolvi subir a ladeira a pé mesmo o que, como minha mãe diria, foi uma ideia de girino.
A subida é MUITO íngrime e exige bastante, além de ser cheia de ruelinhas que não acabam em lugar nenhum. Muito frustrante! Em compensação, vi muito mais da vida dos locais, que foram me direcionando ao caminho correto a cada 5 minutos que eu me perdia.
Depois de subir e descer duas vezes, o dia estava no fim e eu parei pra comer, beber e descansar, pois estava moido e ainda tinha uma dia todo pela frente.
Que vista maravilhooooosaaaa ❤ Não cansaria de olhar!!
E macacos, bichinhos tão fofos mas que dá um medo do que eles podem fazer. Eu sou meio sem noção, pq iria ficar toda lá encantada com eles e certamente seria muito trolada.. hahhaa eles são muito atrevidos!!!
Muito atrevidos!!! Fui atacado duas vezes e na segunda vez ele queria meu oculos e como nao dei, ele puxou meu cabelo UHAUA