Nunca tive uma relação muito amigável com esportes envolvendo bola e coordenação, e isso inclui – principalmente – o nosso querido futebol, que é o esporte nacional praticado em 11 de cada 10 escolas brasileiras. Eu, como sempre fui ruim de bola (de todos os tamanhos e formatos), sempre fui o último a ser escolhido no time da escola, o que me motivou a nunca querer jogar.
Se eu tivesse tido alguma outra opção além do futebol, eu até que poderia ter desenvolvido alguma habilidade bolística, mas não rolou. Era futebol ou queimada com as meninas (o que era um insulto a masculinidade em desenvolvimento de qualquer criança – embora eu tenha jogado horrores de queimanda nessa vida).
Aqui na Irlanda, futebol não fede, nem cheira. É normal ver crianças jogando bola na rua, como também é normal ver crianças jogando volêi, rugby ou de qualquer outra coisa. Quem não joga futebol não é zoado pelos amiguinhos ou menosprezado por isso, apenas não joga.
Afinal, existem tantos outros esportes pra praticar.
Entre esses esportes, existe o Tag Rugby, que é praticado por praticamente todo irlandês e é a paixão da geral!
O tag rugby é tipo rugby, mas invés de derrubar o oponente, você “tageia” ele, tirando a bandeirinha que ele carrega na cintura. Dá o play no vídeo aí pra você ver.
O pessoal de casa faz parte de um dos times de tag rugby de Sligo, o Tag-Quila, e me convidaram para jogar. Eu fui e claro, não deu certo. Minha “ruinzice bolística” também se aplica ao tag rugby, mas mesmo não jogando, eu resolvi a acompanhar e, além de divertir a beça, eu aprendi e observei um monte de coisa.
A primeira delas, o tag rugby é um esporte inclusivo, pois todos os times TEM que ter no mínimo 3 garotas. Garotos e garotas jogam junto, igualzinho e vestem o mesmo uniforme. A única diferença é que o ponto feminino vale 2 pontos, pelo fato da mulher ter desvantagem corporal com os marmanjos.
O segundo ponto é que o esporte aqui é pra diversão, não competição. Qualquer um, do ruim ao bom, pode jogar. Eu mesmo, se quisesse ter continuado, estaria jogando normal e até competindo. Teria minha hora de entrar em campo e ninguém iria olhar feio pra mim caso eu fizesse cagada, eles iam rir! O organizador da competição, quando faz a inscrição dos jogadores, frisa: “tag rugby é diversão, não competição”.
Eu nunca vi isso no Brasil. Um simples campeonatinho de bola na escola, até o infantil, é motivo de briga, ofensas e bullying.
Outro ponto legal é que o esporte aqui é apenas um meio para as outras coisas, não é o principal. O principal pro pessoal é o quem depois. É a ida ao pub depois do jogo, são as festas temáticas que rolam todo mês, é a paquera que rola nos bastidores, é a troca de ideias com os outros e claro, a interação entre o pessoal da cidade.
Não tem estrelismo, não tem briga pelo bonzão…é só diversão! O Brasil bem que podia aprender a levar o futebol mais na esportiva como os irlandeses, né?
Seu primeiro parágrafo: me descreveu. Eu tinha cólica umas 3x por mês na adolescência, sempre nas aulas de educação física, para poder ficar no cantinho olhando ao invés de jogar! Por isso gosto tanto de kung fu hoje: no meu ritmo, sem pressão, sem julgamentos… se sou boa ou ruim, problema meu! hahaha…
Mas imagino que deve ter muito mais bullying em ser um menino que não joga do que uma menina! 😦
Era foda. Já tive que fazer trabalhos nada a ver pq eu nao jogava, pra ganhar nota. De vez em qdo o professor dava bola de volei pra gente e e a gente jogav volei…ou queimada.. hahaahh
O Brasil poderia aprender isso e muitas outras coisas… ):
Ótimas informações, adorei saber um pouco sobre o Rugby! Eu nunca me dei bem no futebol também, mas ao menos gostava de jogar vôlei, embora o Bullying que me faziam! hahaha
😉
Com toda a certeza! EU jogava volei tb! Hehehe!
Ah, achei isso muito legal! Será que daria uma boa jogadora de tag rugby? Também nunca fui a exemplar dos esportes….
Também acho que essa vibe da diversão deveria ser mais forte no Brasil. Afinal de contas, é só esporte, né, gente? Pra quê brigar e ofender por causa disso?!
É, a gente é mto nariz empinado por causa de futebol e acaba se divertindo menos, sofrendo mais… o que j’a vi de pai bravo com filho pq o menino nao é “bom o suficiente” ..