A Irlanda é um país pequeno, predominante católico e por aqui ser gay era crime até 1989. Por essa descrição você deve achar que ser gay aqui deve ser bem difícil, né?
É e não é.
É por que, assim como em muitos outros países do mundo, os direitos dos gays são negados a torto e a direito por aqui também. Aqui gay não adota, não casa, não entra como beneficiário em plano de saúde e por aí vai.
E não é, porque ser gay por aqui é bem mais seguro do que ser gay no Brasil.
Por aqui gay não leva “lampadada” na rua.
Por aqui ninguém tenta derrubar cartilha gay no congresso.
Por aqui não tem ninguém no governo abertamente intolerante e contra os gays.
Por aqui não tem homicídio cometido por homofobia na capa do jornal dia sim, dia não.
Por aqui ninguém é demitido por ser gay.
Uma pesquisa recente mapeou os países mais homofóbicos do mundo e a Irlanda aparece, junto com o Reino Unido, como um dos países mais “cools” pra ser gay. O último “homocídio” cometido na Irlanda foi no começo de 2013.
Sempre converso sobre homofobia e “ser gay” com meus amigos irlandeses, gays e héteros, e o que mais ouço por aqui é “nós não nos importamos com isso”. A geração anos 80/90 e anos 60/70 da Irlanda não é católica, ou seja, não tem bloqueio religioso na cabeça contra gays, aborto e etc.
O problema aqui, assim como no Brasil, é que a religião manda na política, por conta dos governantes católicos no poder. Esse é o único fator que impede que os gays tenham todos os direitos assegurados na Irlanda, porque a população em si não tem nada contra.
Aliás, a população irlandesa pode sim ser homofóbica, mas é uma homofobia passiva, daquele tipo que não influencia alguém a agir contra o outro apenas ser gay. Eles podem não gostar, não aceitar 100%, mas não vão agredir um gay por isso.
Não tem comparação Dublin com São Paulo, mas ser gay na capital irlandesa é bem mais seguro do que ser gay na capital paulista. Andar de mãos dadas com o namorado na Dame Street em um sábado a noite não gera olhares feios, não causa algazarra e não provaca “lampadadas”.
Namorar em um sábado a tarde no Stephen’s Green não causa danos corporais ou contra a integridade humana. Claro que tem um outro que age de uma forma diferente (escrota), mas isso não é padrão dea atitude do irlandês.
Olha, vejo diferente: no Brasil as pessoas aceitam ser gay, mas o que é problemático são os homofóbicos que se acham no direito de bater, esse é um costume brasileiro de achar que tudo tem que levar na porrada. Esse é um costume brasileiro e muitas pessoas sem serem homofóbicas batem em héteros visto que crimes passionais são mais comuns entre todas as classes. Eu vivi na Irlanda e eles são pessoas pacíficas e não gostam de brigas como brasileiros.
Outro negócio que vejo no Brasil são as bandeiras levantadas contra a homofobia e que acabam piorando a situação, ninguém é obrigado a aceitar algo que uma minoria quer. Acho que os Gays tem que buscar leis que protejam seus direitos sem destruir os direitos dos que não querem ser gays.Educação é necessária em vez de repressão. Educação nas escolas é melhor para ensinar a serem menos violentos, nem é sobre homofobia ou ser gay, mas ensinar que ser violento é algo ridículo. Opções sexuai é um direito de cada um como pessoa e jamais o direito de um grupo.Se a comunidade quer ter maior força não é fazendo cartilhas gay, mas tratar do mal que é a mente violenta. Isso é típico do Brasil, então se vocês querem mudar o mundo comecem a mudar a cabeça da mente violenta, dando estudo incutindo direitos nas crianças, não ensinando a ser gay, não é isso, nem ser hétero mas ser humano. Ser benevolente. Não reagir violentamente, Não quer dizer que o Brasil é homofóbico, nem mesmo a Irlanda não pode ser colocada como não exista homofobia isso é mentira a diferença é que eles não são violentos. Se vocês querem fazer algo pelo Brasil: comecem pelas escolas, ensinem a não violência.
Achei esse post muito legal e relevante. Quando comentei com o R que tava mó bafafá no Brasil por causa do beijo gay na novela, ele não acreditou que nunca tinha acontecido um beijo gay na TV aberta assim…
E realmente, mesmo a Irlanda sendo católica e tal, as pessoas guardam a opinião delas pra si – o que não é o ideal, mas se ninguém ataca o outro por ele ser homossexual, já é um avanço, né?