A vida sem cartão de crédito

Eu peguei meu primeiro cartão de crédito quando eu tinha 17 anos e desde então, sempre usei fui dependente. Eu era daquelas pessoas que passavam tudo no cartão, parcelava em quantas vezes eu pudesse e usava o meu salário pra pagar a fatura. Era todo mês a mesma história: recebia o salário, pagava as contas fixas, a fatura do cartão e o restinho que sobrava eu passava o mês.

Qué dizê, passava a próxima semana. Porque o dinheiro acabava rapidinho e a saída era passar tudo de novo no cartão e alimentar o círculo vicioso. Acabei me enrolando uma ou duas vezes nessa brincadeira, mas nunca passei dos limites do meu salário.

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Daí eu vim pra Irlanda e minha vida mudou.

Quando eu abri a minha conta no banco daqui eles nem cogitaram a hipótese de me oferecer um cartão de crédito. A única escolha que tive foi a da bandeira do meu novo cartão, que passou a ser só de débito.

Na real, foi a melhor coisa que eu fiz na vida! Passei a ter mais controle sobre o meu dinheiro, porque afinal, eu não estava mais gastando dinheiro na nuvem, eu estava (estou) gastando dinheiro que está na minha conta. Penso bem mais antes de comprar alguma coisa e o melhor de tudo, nunca tenho dívidas.

Tenho as minhas contas fixas, que são pagas logo no comecinho do mês e todo o resto que sobra na conta é meu. Sem parcelas, sem dívidas e sem estresse.

Uma maravilha.

Qué dizê, quando o saldo da conta fica zerado ou quase zerado (como nesse momento que escrevo esse post), eu confesso que morro de saudades do meu cartão. Quando eu tinha cartão eu nunca me sentia pobre, pobre, pobre, porque o cartão me dava aquela sensação de “eu posso comprar”. Com o cartão de débito (e sem cheque especial), isso não existe e meu amigo, pobreza é pobreza de verdade!

Eu estou sempre fazendo bonito na pobreza, mas esse mês eu estou de parabéns!

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11 comentários sobre “A vida sem cartão de crédito

  1. Olá Rick!
    No nosso mundo globalizado, capitalista e digital de hoje, digo que sim, faz falta um cartão de crédito. Para uma série de coisas que só se admite o cartão como meio de pagamento, ou de garantia: para se alugar um automóvel, precisa-se ter um cartão de crédito com um bom limite, a fim de poder ter uma caução; compras de passagens aéreas e/ou de pacotes de turismo, além de reservas em hotéis, pousadas e hostels, cujo meio de pagamento é somente o cartão de crédito; assinaturas de sites de notícias, periódicos, serviços de streaming como Netflix, Amazon, Spotify etc. com pagamento recorrente. Hoje em dia, cada vez mais empresas de comunicação têm aderido ao “paywall” em suas matérias na internet, para impedir que não-assinantes tenham acesso aos seus conteúdos. E essas assinaturas, na grande maioria das vezes, somente são efetivadas mediante a apresentação de um cartão de crédito, pois deve-se inserir os dados deste no cadastro.
    O problema é que, infelizmente, boa parte das pessoas não possuem cartão de crédito, e não têm condições de o ter, em curto prazo. Isso se deve, muitas vezes, a dívidas contraídas que não foram/haviam sido pagas, mau uso do crédito, que causou o chamado “nome sujo”, e outras restrições relacionadas, o que motiva as instituições financeiras a negarem os pedidos de cartão de crédito por esses cidadãos. Eu já estive nessa posição. Tive de quase “implorar” para um famoso banco me conceder um cartão, para eu poder viajar… risos. Por sorte, meu cadastro foi aprovado e obtive um cartão de crédito, de limite relativamente baixo (inicialmente, R$ 500), depois de três anos sem esse versátil instrumento de pagamento.
    Sei dos riscos do uso indiscriminado do cartão de crédito. Usá-lo em compras presenciais sem qualquer critério, pensando que o limite do cartão é uma “extensão” de sua renda, é um comportamento a ser evitado, de acordo com especialistas em finanças pessoais.
    Gosto muito de viajar. Sempre que posso ($$) faço uma viagem diferente. Minha estação do ano predileta é o verão. Sempre reservo no mínimo 15 dias para tirar férias do trabalho nessa estação, pois adoro me banhar em praia, cachoeira, piscina… E o meu estado tem um litoral bem legal, não é o mais bonito do mundo, mas tem uns pontos bem badalados, principalmente na temporada de verão.
    Abraço.
    Guilherme – servidor público – Porto Alegre/RS.

  2. Cara, que experiência bacana. Agora é só aumentar sua renda e viver mais feliz(e rico). Fiquei endividado, cortaram meu crédito. Só compro à vista e com desconto. Se não me derem desconto eu não compro. Se em 10 X é “sem juros” a vista tem que ser com DESCONTO. Só compro com desconto e em DINHEIRO. Cara, espalhe essa sua experiência prá todos, antes que fiquem endividos.

  3. Acho que o povo brasileiro é muito mal educado financeiramente e parece que você estava nesse grupo, Rick!
    Cartão de crédito nos dá a falsa sensação do poder de compra que, na realidade, não temos! Como você mesmo escreveu, parcelava a perder de vista… as pessoas fazem isso e não pensam no valor final do produto, só se a parcela cabe no bolso.
    Mesmo com todas estas facilidade, eu nunca fui usuária assídua de cartão de crédito. Desde sempre eu só utilizo o bendito para parcelar valores muito altos ou para fazer compras online. Se eu precisar, por exemplo, parcelar um tênis que é algo que posso pagar à vista (eu não compro esses tênis de marca que custam centenas de reais, ok?), ou eu não compro ou espero para ter o dinheiro e pagar à vista. A gente se enrola menos e pensa melhor antes de fazer uma compra! 🙂

    1. Eu acredito que isso acaba influenciando um pouvo no tal do custo Brasil…afinal, pra que diminuir o preço se pode parcelar em 12 x sem juros?

  4. Ai, Rick, story of my life. Eu também gastava praticamente o salário todo pagando faturas infinitas de cartão crédito, não quero nunca mais! Antes eu ainda dava a desculpa que era a única forma de poder comprar em sites internacionais, mas hoje com o paypal, não tem mais desculpa. Vida longa ao cartão de débito!

  5. Eu passei pela mesma coisa. Agora meu dinheiro é contadinho, mas eu sei que não corro o risco de me enrolar e ficar endividada e também preciso pensar melhor antes de comprar. O resultado é que compro menos bobagens. Me sinto mais livre.
    x

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