Bruxelas, a capital da Europa

A Bélgica é um país pequenininho que fica entre a Holanda e a França, e que por isso fala francês e holandês como idiomas oficiais. Ela é também um dos países mais importantes da União Européia, pois sua capital, Bruxelas, também é a capital oficial da governo europeu. Eu nunca havia me interessado pela Bélgica, mas como a Ryanair tem preços muito atrativos pra esse destino e eu tenho uma amiga por lá, acabei me interessando.

Meu vôo partiu de Dublin sábado ás 08h30 e chegou no aeroporto Charleroi em Bruxelas ás 11h do horário local. Eu nem vi o vôo passar, pois pela primeira vez dormi ao decolar e só acordei quando a aeronave pousou. Dei sorte e o tempo em Bruxelas abriu logo que o avião pousou, pelo jeito que o céu estava, o tempo estava bem feio um pouco antes.

O aeroporto Charleroi fica bem afastado de Bruxelas e pra chegar no centro é preciso pegar um ônibus fretado, que sai do aeroporto em direção a estação Brussel-Zuidi de 20 em 20 minutos. De lá eu ainda precisava pegar o tram (sim, chama tram) pra chegar no hostel, que ficava afastado do centro. O tram é tipo um luas, mas que vez ou outra faz um caminho subterrâneo.

Cheguei no hostel pouco mais de 13h e como eu ainda não podia fazer check-in, fui atrás de ver a primeira coisa da minha lista: Atomium e Mini-Europa.

O Atomium é tipo a Torre Eiffel de Bruxelas, foi construído em 1958, para a Expo-Europe 58 e representa o poder da ciência e acabou se tornando o símbolo e ícone da Bélgica desde então. A entrada dá direito ao acesso ao topo do monumento, das exposições internas e de uma externa.

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O Atomium tem 102 metros de altura e a vista lá de cima é sensacional! Dá pra ver (eu não enxerguei muito bem pois esqueci meus óculos em Dublin) a cidade toda até os limites de montanhinha. Lá de cima dá pra ver também a Mini-Europa, que foi o máximo que “vi” dela, pois quando fui comprar o ticket, ainda no Atomium, descobri que ela fecha no inverno e só abre de novo no meio da primavera.

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Como não ia rolar ir na Mini-Europa aproveitei pra curtir mais o Atomium, ver as exposições, tirar foto na placa “bewelcome” que fica em frente a ele e tirar selfies estranhos. Aproveitei também pra provar o famoso waffle belga com açúcar e cobertura de chocolate. Supostamente o waffle belga é só coberto com açúcar, mas quem resiste ao chocolate belga?

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Voltei pro hostel pra tomar um banho e voltar pra estação Zuidi, pra então pegar um trem (agora foi trem mesmo) e ir pra Leuven, uma cidade universitária à 30 minutos de Bruxelas, onde minha amiga belga mora.

Graças a falta do meu óculos, passei duas estações e tive que andar um pouquinho a mais.

Cheguei em Leuven às 19h e a minha amiga já estava me esperando na estação. Ela me levou pra andar um pouquinho em Leuven, como já estava escuro não deu pra se aprofundar muito nas coisas, mas foi bem legal ver uma cidade menor, com mais locais e que fala mais holandês do que francês.

Como já era mais de 19h e eu estava só com waffle na barriga, fomos jantar. Ela me levou em seu restaurante favorito em Leuven e eu comi um típico prato belga “asas de frango com fritas, molho de queijo e repolho”.

Parênteses pra dizer que a batata-frita que a gente conhece por aí como “french fries” foi inventada na Bélgica e não na França, mas como eles falam francês, o prato foi batizada de french.

Minha amiga me deu uma aula de Bélgica, ela me explicou que o país é dividia entre “falantes de francês” e “falantes de holandês” e que Bruxelas faz parte do lado holandês, mas fala francês, o que causa certas tensões locais. Ela me explicou também que a Bélgica tem 4 governos: 1) lado francês 2) lado holandês 3) europeu 4) governo do país. Os governos francês e holandês estão em crise e fala-se até em uma separação belga e futura inserção da parte holandesa na vizinha Holanda.

Azul: holandês / Vermelho: francês
Azul: holandês / Vermelho: francês

Um país menor que a cidade de São Paulo, que fala 2 idiomas e que quer se dividir!

Depois do jantar e da aula de história a gente foi fazer o que os belgas fazem tão bem – ou até melhor – do que os irlandeses: beber cerveja! A Bélgica, além de ser famosa por seu chocolate, também é famosa por suas cervejas. Fomos a um café chamado “Le Ville” e eu tomei uma cerveja chamada “Le Chouffe” que me custou apenas €2. Ela era bem forte, tinha um cheiro bem gostoso e era bem cremosa, valeu muito a pena!

Depois do café já era tarde e eu tive que voltar pro hostel, pois o transporte público na Bélgica para 00h e eu precisava pegar um trem e um tram pra chegar no hostel. Nos despedimos com promessas de fazermos uma trip juntos e eu voltei pro hostel.

No domingo de manhã fiz o check-out no hostel e me juntei com o pessoa do walking tour. Passamos pelo Grand Place, um dos maiores palácios da Bélgica e também pelo Manneken Pis, o famoso menino mijão que é um dos símbolos mais fortes da Bélgica e que tem uns 30cm e fica escondidinho em uma esquina.

Manneken Pis significa "pipi pequeno"
Manneken Pis significa “pipi pequeno”

Eu não achei o walking tour tão legal e resolver explorar a cidade por mim mesmo, o que foi um verdadeiro desastre, pois além de não falar francês ou holandês, sou péssimo com mapas e estava sem óculos. Passei ruas, não conseguia ler placas e achei pouquíssimas pessoas que falavam inglês na cidade. O bom foi que andei bastante e deu pra “sentir” um pouquinho mais da cidade.

Uma das coisas que reparei nesse dia meio perdido foi a quantidade de arte que tem na cidade. Muros enormes pintados ao estilo “história em quadrinhos” estão espalhados por todo o lugar.

Falando em história em quadrinhos, o Comic Museum era o próximo item da minha listinha e depois de muito me perder, pedir informação em 2 hotéis e pra dois locais, cheguei lá.

Eu achei que o museu era mais sobre o TinTin, já que a logo do museu tem o cabelinho dele no topo, mas não era não. O museu conta a história das histórias em quadrinhos desde o começo da civilização humana: homem desenhando nas paredes das cavernas, desenhos gregos nos vasos, monges do século II (que introduziram os quadrinhos com quadros e falas), quadrinhos no começo da imprensa, quadrinhos como forma de educação e enfim, como diversão.

Em uma perspectiva de designer o museu é bem mais interessante, pois o 2º andar todo é focado nas técnicas de diversos artistas, nas diversas maneiras de contar histórias em quadrinhos e também na evolução do gênero ao longo dos anos, tudo isso com muitos exemplos legais.

Depois do museu eu estava morrendo de fome e fui atrás de comida, comi um salgado de queijo brie em uma lanchonete local e de sobremesa um waffle ao estilo turista: extra topping!

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Depois disso ainda eram umas 17h, mas o tempo começou a fechar e achei melhor ir pro aeroporto, mesmo com meu vôo sendo só as 20h!

Eu não esperava muito da Bélgica e me surpreendi bastante.

Curiosidades
. Na parte francesa (Bruxelas) quase ninguém fala inglês, já na parte holandesa (Leuven) até os locais falam inglês entre si.

. Bruxelas e Leuven tem muita bicicleta, muita mesmo. Eles usam bicicleta pra tudo e o tempo todo, até pra sair a noite. Em qualquer poste ou grade tem várias bicicletas estacionadas. Minha amiga me disse que o “roubo” de bikes nem é bem roubo, se a sua não tá lá, pegue outra e por aí vaí.

. O waffle só com açúcar parece bolinho de chuva em outro formato.

. Achei difícil de encontrar as coisas e as placas não são muito informativas, mas eu estava sem óculos então não confie nessa informação.

. O belga leva o frio bem mais a sério do que o irlandês. Não vi ninguém desafiando o frio e desfilando com barriga de fora ou apenas usando um jumper. Estava todo mundo bem empacotado, com cachecol e luva.

Informações úteis
Comic Museum: €8
Atomium: €9
Ônibus aeroporto-Bruxelas: €28 ida e volta
Ticket tram: €2,50

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8 comentários sobre “Bruxelas, a capital da Europa

  1. Legal o post, estou indo nesta segunda-feira para bruxelas e espero sinceramente que eu encontre mais pessoas que falem inglês, caso contrário terei que me virar na mimica kkkkkk Outra coisa, nem sabia que o mini-europa fechava no inverno, mas não sei se fico com tanta pena com esse fato porque ja ouvi falar que é meio carinho kkkkk Só fico na dúvida se é realmente uma grande perda não ir lá :T Enfim, valeu muito pelo post o/

  2. Nossa, quanta coisa legal! Acho que o mais bacana de não esperar muito de um lugar é que você acaba se surpreendendo positivamente. Adorei o Atomium e o BeWelcome, pena que a mini-Europe tava fechada, né?

    Comidinhas gostosas, curti!

    Ah, interessante esse lance da divisão da Bélgica. Ponto super positivo também ter um local pra te dar detalhes bons! 🙂

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