Bicicletando

Um dos primeiros conselhos da minha chefe, depois de eu ter dito onde moraria em Sligo, foi: compre uma bicicleta para vir pro escritório. Isso foi em abril, daí em maio o tempo começou a esquentar e assim foi junho, julho, agosto, setembro e meados de outubro. Meses esses que seria lindo ter uma bicicleta pra andar no calor, receber ventinho na fuça e cantar músicas pop-que-dão-pinta nas ruas de Sligo.

Mas eu não segui o conselho dela e tenho andado 40 minutos pra ir e 40 minutos pra voltar do trabalho desde então. Naquele calor ~maravilhoso~ que me fazia suar em bicas, coçar o corpo todo e reclamar pra Odin, Zeus ou whoever tá lá em cima.

Daí entrou o frio e como um bom cara do avesso que sou, resolvi que era hora de seguir o conselho da chefe.

Pra ajudar, eu vi um monte de gente andando de bicicleta na Itália, na Grécia e até em Malta e isso foi o empurrãozinho que eu precisava pra virar ciclista. Cheguei em Sligo animadaço pra comprar a magrela e mesmo com o frio (que já está na casa dos 4°c), não desisti.

Roubei do Google por preguiça de tirar foto da minha
Roubei do Google por preguiça de tirar foto da minha

Comprei a dita cuja, um casaco waterproof e já estou na minha 2ª semana de bike.

Meus vizinhos devem me achar um pouco louco agora, já que eu saio de casa com o fone de ouvido e vou meio que cantando e pedalando. Daí resolvo pular poça, zig-zagear, pedalar em pé, com uma mão só, sem as mãos e por aí vaí.

É divertido.

O caminho que eu levava 40 minutos pra fazer a pé agora eu levo 15 ou 20 minutos pra fazer de bike, dependendo da minha vontade de pedalar. De casa até o trabalho é super sussa, não tem muito trânsito e tem ciclovia em boa parte. A parte mais complicada é quando tenho que atravessar a rodovia, mas como sou um ex-motoqueiro, tiro de letra.

Andar de bike, é tipo andar de moto.

Como em Sligo é tudo relativamente perto e não tem ônibus circular (na verdade só tem um que faz um caminho louco e não serve pra mim), isso faz com que a cidade tenha bastante ciclista e consequentemente, que os carros estejam acostumados e respeitem.

Nessas duas semanas nada demais aconteceu e o frio que eu achei que seria problema, não é. Enquanto eu pedalo, meu corpo esquenta e eu não passo frio. Nem calor. O foda é quando chove e mais foda do que quando chove é o vento de sei-la-quantos-kilômetros que não me deixa sair do lugar.

De resto é sussa.

Bônus: Eu tenho uma história meio trágica com bicicletas. Quando eu tinha uns 6 anos eu estava andando de bicicleta com meus irmãos e não sei como, eu acabei “voando” da minha e indo de encontro a um pedaço de azulejo que não-sei-oque-estava-fazendo-lá, cortou meu lábio em dois. Teve uma outra vez que eu fui de encontro a um motoqueiro que virava a esquina com a bike verde limão novinha do meu irmão, que estava jogando bola e me deixou andar. Até hoje eu não sei como uma bicileta trombou com uma moto na esquina de uma rua deserta com espaços para 3 caminhões.

Isso sem mencionar quando “atropelei” o carro parado por estar olhando pro caminhão de bala do supermercado e ter transformado a “cross-inha” do meu amigo em um 8 e ter voltado pra casa de viatura.

Acho que se eu for mencionar todas as minhas peripécias ciclísticas a minha mãe vai ler o post e mandar um email pro prefeito de Sligo me interditando.

Eu espero já ter superado esse passado atrapalhado.

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3 comentários sobre “Bicicletando

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