Esse post é pra você futuro intercambista na Irlanda ou até mesmo pra você que é já é um intercambista na Irlanda, mas que sempre passa aqui no blog.
É muito comum ouvir a galera dizendo ‘melhor coisa é morar com gringo, dá um up no inglês rapidinho‘. Honestamente? Eu não conheço ninguém.
Eu cheguei na Irlanda em fevereiro e desde então, só morei com gringo. Não dividi o teto com brasileiro nem por um dia (tirando que fiquei 5 dias na casa de uma amiga). Morei com 3 irlandeses em D15, depois na casa Torre de Babel com italiano, francês, coreano e turco e em Sligo, moro com 2 irlandeses e um inglês.
Meu inglês deu um up danado, mas posso afirmar que não foi pelo fato de morar com gringo. Meu inglês deu um up porque eu decidi fazer o intercâmbio de um jeito diferente. Ao invés de decidir não ter contato com brasileiro (o que é impossível e digamos, um pouco ‘cuzôncio’), eu resolvi ter contato com o irlandês e com a Irlanda.
Resolvi procurar amigo irlandês, resolvi procurar me envolver, resolvi procurar conversar e aos poucos, fui conquistando meu espacinho. Hoje, tenho meus amigos brasileiros, mas também tenho meus amigos irlandeses e a minha rotininha irlandesa.
Foi isso que fez o meu inglês dar um up, não foi o fato de morar com gringo.
Quando eu morava em Dublin, com os 3 irlandeses, nós quase nunca conversávamos. E não era por que o inglês era ruim ou coisa do gênero, era por que não tinha assunto, não tinha liga, eles eram muito diferentes e as conversas quase nunca passava do básico. Dia ou outro a gente conversa mais e até se divertia, but that’s it.
Ainda em Dublin, na Torre de Babel, a coisa era mais feia ainda, pois lá todo mundo estava aprendendo o idioma. Nós brasileiros, temos a mania de achar que todo mundo na Europa fala inglês e isso não é verdade. Só é verdade pros holandeses, pros outros países não. Italiano, francês, espanhol, português, alemão, sueco, suíço e etc, tem tanta dificuldade em aprender como eu e você.
Aqui em Sligo é ainda mais difícil, já que meus housemates são bem diferentes de mim em idade e estilo de vida. Acontece como acontecia em Dublin, algumas conversas de escada, alguns almoços juntos, de vez em quando conta do dia, mas nada demais. Assuntos rasos e nenhuma troca no idioma. Troca que eu digo é aquela coisa que rola quando você tem um amigo irlandês, que é a correção.
Alguém que você não tem intimidade não vai te corrigir. Não vai corrigir sua pronúncia e não vai te ajudar no idioma. Ele vai fingir que não viu e vai ser educado. E não é com você, eles fazem isso com todo mundo. Diferente de nós, que achamos fofo até a morte ouvir um gringo falando português (ou tentando), eles estão acostumados a ouvirem pessoas tentar e falar o idioma deles o tempo todo e por isso, eles simplesmente não se importam.
Se vocês não forem amigos, eu disse amigos e não housemates/flatmates que apenas dividem o mesmo teto, ele não vai te corrigir. E sem essa correção, não tem como seu inglês dar um up.
Entendeu?
No fim, morar com brasileiro é o seu menor problema. Na verdade, até facilita as coisas, já que todo mundo se entende e os gostos são parecidos. A coisa flui. Você pode SIM morar com brasileiro, o que você não pode é se fechar pra Irlanda e pros irlandeses e querer trazer o Brasil pra Irlanda.
Imagine que você mora só com brasileiros e só fale português em casa. Você pode até não trabalhar com local, mas você tem um, dois ou três amigos irlandeses que sempre te chamam pra sair. Em 3 meses de amizade, eles já te consideram amigão e corrigem a sua pronúncia errada e te fato, te ajudam no idioma.
Agora imagine que você mora com um gringo, irlandês/inglês/americano, mas vocês nunca passam muito da comunicação básica ali da casa. Por morar com gringo, você acha que seu inglês vai ó, nas alturas rapidinho, o que te deixa preguiçoso pro resto. Então você só tem amigo brasileiro, só sai com brasileiro, só vai em festinha brasileiro e bate cartão na Diceys, Australiano e The Mess.
Nem preciso falar uma terceira situação em que nem o housemate gringo aparece, né?
Acredito que você conseguiu sozinho ver o final das duas situações, não conseguiu?
Ps: Não citei no post o fator ‘ir as aulas’, ‘fazer lição de casa’, ‘ir ao cinema’, ‘ouvir música em inglês’, ‘assistir série sem legenda’ e etc, por que eu sei que vocês todos são lindos e fazem tudo isso!
Quero falar disso em algum momento no blog e farei referência ao seu post pois concordo plenamente. Morar com gringo não significa nada! Sempre morei no Brasil com brasileiros e aprendi a falar inglês.
Bia, apóio o seu post 100%! Hahahha
E sua opinião sobre aqueles que namoram irlandeses para dar um up no inglês? Ahuahua…
Há tempos que quero escrever sobre isso no blog… tô contigo e não abro!
Ola Rick, adoro todos os seus post, mas esse, ainda mais pq encontrei um brasileiros hoje cuzôncio, rsrsrs. Meu ingles ainda é péssimo, mas pelos seus post consigo descobrir a Irlanda que ainda não dá pela falta do ingles. Bjos
Concordo em gênero, número e grau, Rick! Já escrevi um pouco sobre isso e minha visão é a mesma. Vai de você, do seu objetivo e dos seus atos aprender o inglês. E na boa, cuzôncio? Essa foi genial. Ri alto aqui! Abs, Man!
É isso aí! Sim à imersão!
Haha, adorei seu post! Geralmente isso ocorre muito nas conversas por ai. Concordo com você plenamente!