Dublin Pride

A Parada do Orgulho Gay é um evento muito forte e muito importante no Brasil e acontece em várias cidades e estados brasileiros. Inclusive, a de São Paulo é uma das maiores do mundo e a de Bauru, uma das maiores do estado de São Paulo, mas nem por isso eu fui em alguma delas. Já até quis ir, mas um ano não deu – não lembro porque – e no outro eu estava em um show. Só escrevi esse parágrafo chato pra dizer que eu nunca fui em uma parada gay.

Até final de semana passado.

Acho que Deus queria que a minha parada gay fosse na Europa, porque no último sábado (29/06) Dublin foi palco da Dublin Pride, cujo tema era: Live, love and be proud.

As pessoas começaram a chegar por volta das 11h, mas a parada só começou mesmo as 13h. O encontro foi no memorial que fica depois do cruzamento entre Parnell Street e O’Connell Street. Tinha muita gente, arrisco dizer que estava tão lotada – ou mais lotada – do que o Saint Patrick’s Day.

A dinâmica da parada foi a mesma das paradas do Brasil: muita gente observando, muita gente marchando, bandeiras coloridas empunhadas, carros de som, caminhões e ônibus com gente dançando e muita gente animada.

A maior diferença que senti em relação ao Brasil (mesmo nunca tendo ido em uma lá, eu sempre via as fotos na internet depois) foi o fato de pouquíssimas pessoas estarem semi-nuas ou descamisadas (acho que pelo frio mesmo). Tirando os gogo-boys dos carros alegóricos, a grande maioria estava apenas se divertindo. Tinha gente fantasiada de todo tipo: fadas, bruxas, Mágico de Oz, Pijamas do Superman, Batman, leão, urso, vaca, leprechaun, Barbie, Homem de Lata.

Não sei se é bom ou ruim, mas a maioria dos caras descamisados e exibindo o corpo eram brasileiros. Tinha brasileiro até vestido de índio. Tanguinha, penas, cocar, chinelinho Havaianas, tanquinho de fora e samba no pé. Não sei se apreciei muito esse reforço de estereótipo, mas tudo bem, faz parte. É bonito e tem que mostrar -Q

Pra mim, a Dublin Pride foi um evento normal e muito saudável. A presença das crianças e dos adolescente foi muito forte. Elas estavam se divertindo muito, carregando e balançando as suas bandeiras coloridas, com adesivos no rosto, cara pintada, camisetas brancas e com arco-íris. Já a presença de vovôzinhos e vovózinhas dava pra contar nos dedos, se duvidar só de uma mão.

Dublin Pride
Dublin Pride

Há 20 anos atrás, ser gay era proibido na Irlanda e acho que isso explica um pouco essa adesão da juventude e a pouca participação dos velhinhos. Conversando com um amigo irish, que passou o ano de 2012 na Rússia, ele me disse que nunca deu valor a Parada Gay de Dublin, por que sempre a achou “boring” comparada as outras da Europa, mas que depois de ter vivido em um país tão preconceituoso que ainda vê homossexualidade como crime, decidiu participar mais e ontem estava lá, marchando.

Outra coisa legal foi a participação de várias empresas na parada, entre elas: Google, Microsoft e Facebook.

A marcha acabou no Saint Stephen’s Green, com direito a show, dj, brinquedos para crianças e cerveja, muita cerveja. Afinal, estamos na Irlanda. Além do Stephen’s Green, todo o Temple Bar estava decorado com as cores do arco-íris e todo mundo foi pra lá. A GARDA até liberou bebida na rua (dentro de áreas protegidas, mas liberou).

O pessoal do Dublin Para Brasileiros foi lindo e fez um vídeo com vários momentos da festa, dá o play!

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