Tenho conseguido me virar muito bem com meu inglês aqui em Dublin. THANKS CNA Porém, 2 meses depois, eu começo a enxergar que existem várias situações diferentes acontecendo e que todas elas influenciam no meu “falar inglês”.
Como vocês sabem, eu estudei só um mês na Arena School e na minha sala só tinha europeu – francês, italiano, espanhol, albanês e até russo. No meu teste, eu caí no nível upperintermediate e foi nesse nível que terminei o curso. Pra eles, eu falo inglês muito bem e estava na sala de aula só gastando dinheiro. Isso porque o meu “speaking“, comparado ao deles, é bem melhor. Em contrapartida, eu era o lanterninha na gramática.
Para alguns amigos brasileiros que fiz aqui, acontece o mesmo. Eu falo super bem e dou conta do recado. Pra galera aqui de casa, o mesmo. A colega francesa ficou impressionada porque eu só estudei 1 mês e falo muito melhor do que ela, que já está no 5º mês de curso. Eu disse a ela que estudei 5 anos no Brasil e ela rebateu que estudou 7 na França.
Isso só prova que morar com gringo não significa adquirir fluência, porque aqui em casa tá todo mundo aprendendo – eu também! Claro, não temos nenhum problema em nos comunicar, mas ninguém é 100% ainda. É aquele negócio, a gente pode até desenrolar a língua, mas pode aprender – e insistir – a falar muito errado também.
Nas entrevistas de emprego que fiz, a maioria me disse que meu inglês é “pretty good” e outros já disseram que eu precisava me desenvolver mais.
Falar com as pessoas nas ruas também é muito dúbio, algumas pessoas falam um inglês lindo de ouvir e super fácil de entender, a maioria delas fala com uma batata dentro da boca e parece que forçam ainda mais o “irish accent” quando percebem que estão falando com estrangeiros. Mesmo assim, não tive nenhum tipo de problema em lojas ou para pedir informações, apenas preciso pedir pra maioria deles repetir mais de uma vez.
O irish boy diz que meu inglês é muito bom – mas zoa a minha cara toda vez que eu digo que estudei 5 anos o idioma dele – , porque nós não temos problemas de comunicação e eu consigo entender tudo que ele fala e ele a mim. Claro, ele não sai falando mais rápido do que o flash e a nossa comunicação nunca entra em tópicos muito complicados em que eu – provavelmente – não teria vocabulário.
Já no trabalho a coisa muda de figura. Ouço todo santo dia que preciso melhorar meu inglês, que meu inglês não é muito bom e coisas do gênero. Isso porque eu não sei a maioria do nome das coisas em inglês e muitas vezes que clientes falam comigo, eu estou fazendo outra coisa, pensando em outra coisa e malemá entendo o que ele solicitou.
E agora, que nível eu estou?
Rick… dou aula há 8 anos e vou te dizer: até hoje não é fácil “classificar” o inglês de alguém. Quando fazia classificação de nível na Cultura, utiliza diversos testes e recursos pra poder ter o melhor resultado possível, mas não é tão simples, porque isso envolve diversas habilidades – escrita, fala, leitura e listening, fora quesitos como desenvoltura do aluno, habilidade em reconhecer os erros e fazer auto-correção, etc.
Quando eu falo que morar com gringo não traz fluência, me refiro a isso: se não for irlandês ou de país que tenha o inglês como língua mãe, tá na mesma que você. Espanhol, italiano, francês, todos eles tem um sotaque mega carregado e são tão alunos quantos nós, brasileiros, então o que vai rolar é: vai acontecer comunicação, mas quem garante que a pronúncia/gramática estão corretas?
Sobre o café: é difícil entender o sotaque irlandês mesmo. Imagino você lá, correndo de um lado pro outro e ainda tendo que prestar 100% de atenção no que o cara tá falando… tenso. Mas tenho certeza que hoje é mais fácil de entender do que era ontem, e amanhã será mais fácil do que hoje. É questão de hábito e prática!