Quando me disseram que no intercâmbio eu iria aprender a lidar comigo mesmo, eu não imaginei que seria tão profundo assim.
Estou em Dublin há pouco mais de um mês e nesse tempo já provei dos gostos e sentimentos mais variados. Já acordei mais feliz do que bala na boca de banguelo, mas também já acordei com vontade de voltar correndo pra casa, pro colo da mamãe e pras lambidas do meu cachorro (Dante no s2).
Estou realizando meu sonho e isso é maravilhoso. É indescritível acordar de manhã e saber que o meu sonho está no gerúndio, que ele está acontecendo. Dublin tem sido tudo que eu esperava e mais um pouco, mas isso não consegue apagar o fato de eu estar sozinho aqui. De me sentir sozinho.
Sozinho no meio da multidão.
Não me sinto parte do grupo de brasileiros intercambistas que estão aqui, porque eu não estou na mesma vibe que eles. Vim pra estudar 1 mês e não 6, moro afastado e não no centro, não tenho grana pra ir a pubs quase todo dia e por aí vai. Por mais que eu tente, não faço parte do rolê deles.
Meu passaporte italiano me faz europeu pra GARDA, não pra mim. Eu não imigrei da Itália, eu imigrei do Brasil. Ser “italiano” no passaporte não me faz deixar de ser brasileiro na minha essência. Não sou como os europeus da minha sala na escola. Eles imigraram de países como Espanha, Portugal, França e Itália, que são da zona do euro e por mais difícil que a situação esteja, um euro lá continua sendo um euro aqui na Irlanda.
Não vou dizer que não fiz amigos aqui, eu fiz. Fiz amizade com um ou dois irish, com romeno, italiano, francês e até com algumas brasileiras (que me rendem as melhores risadas), mas são coisas que ainda estão sendo construídas e que ainda precisam de muito arroz e feijão pra ficarem sólidas.
Estou em um país diferente, ainda não domino 100% do idioma, ainda sem emprego, sem amigos, morando com gente estranha e com uma cultura diferente da minha, mas no fundo do meu coração eu sinto que estou no lugar certo.
Saí de casa pra me encontrar e agora tô mais perdido, mas o que me fortalece é ter a certeza de que eu vou SIM encontrar as respostas.
tô torcendo aqui por vc!
daqui uns meses sou eu nessa!
te desejo sorteee
beijos
Rick, que texto sensacional. “Sai de casa para me encontrar, e agora estou perdido”. Entendo perfeitamente essa sua frase, e vivendo a mesma experiência que você, porém diferente em seu sentido mais subjetivo, me identifiquei com o texto no todo. Parabéns pelo blog, cheio de informações e uma maneira leve e interessante de escrever. Já colocarei o link no favoritos do meu blog também. Abraços, Thiago “Tôca” Santos.
Fiz o mesmo, Tôca! Valeu!!
Ei, blza? Você aida está na Irlanda?
Sim, estou.