Como vocês viram no post anterior, fui convidado para a segunda fase de um processo seletivo de uma das vagas que me candidatei. Na última sexta-feira, saí da aula um pouquinho mais cedo e fui para o mesmo prédio onde foi a primeira fase.
Chegando lá, preenchi um pequeno formulário sobre mim e também assinei um papel concordando com o treinamento que seria dado naquele dia – que eu não havia entendido quando me ligaram. Entreguei o formulário e alguns minutos depois um rapaz chamou pelo meu nome e pediu que eu o acompanhasse. No caminho ele disse algumas coisas sobre o treinamento e depois me apresentou a um outro rapaz, que seria uma espécie de tutor para mim durante o dia.
Devidamente apresentado ao meu tutor, seguimos para as ruas, ele vestido de terno e gravata e com um jaquetão verde fluorescente por cima e eu carregando um bloco de papel e uma caneta. Isso porque, assim que saímos do prédio ele disse que eu precisaria tomar nota de tudo que ele falasse e também responder algumas questões – andando – naquele papel.
Ele me fazia perguntas do tipo “qual sua banda preferida?” – que não devia ser escrita no papel – seguidas de “qual a principal regra de marketing para você?”, que devia ser escrita no papel.
Pegamos o LUAS e fomos até um bairro X, onde ele bateu em algumas portas e abordou algumas pessoas. Eu fiquei só observando. Em uma das casas, fomos convidados a entrar. Era uma velhinha muito simpática, mas que me chamou de INDIANO e eu QUIS DAR NA CARA DELA fiquei #chatiadu.
Durante a caminhada ele me falava um pouco mais sobre o trabalho e sobre a empresa, que no caso era uma companhia de energia elétrica e gás aqui da Irlanda. O trabalho era basicamente bater de porta em porta e oferecer para as pessoas os serviços da empresa e também ver se estava tudo ok com quem tinha o serviço. Um trabalho que, além de andar muito e receber muitos nãos ao dia, precisava conversar MUITO bem.
A última casa que entramos era de um irish que, além de falar “englirish”, era gago. Imaginem só como eu entendi tudo que eles falavam? Enquanto eles conversavam, tentei prestei atenção e entender e mexi no celular. Na saída dessa casa, o meu tutor virou pra mim e disse:
– Você quer muito esse trabalho?
– Não sei ao certo.
– Huum, ainda não tem certeza? Você ficou bastante tempo no celular, gostaria de terminar a entrevista aqui?
– Ok, pode ser.
Assim, sai de lá e fui atrás de um ônibus para ir embora. Acho que ele notou que eu não estava muito entretido no que acontecia e que também não estava entendendo nada.
No caminho para a casa pensei no que havia feito, que poderia ter desperdiçado uma boa oportunidade ao sair de lá, mas também pensei no tipo de trabalho que quero fazer. Sei que não estou aqui para escolher trabalho, mas também não adianta tentar fazer algo que eu não tenho aptidão.
Entendi depois dessa que não devo me candidatar a vagas de “Sales/Marketing”, porque elas são assim, de porta em porta e cheia de metas. Sei que as coisas vão dar certo por aqui, eu só preciso ser paciente.
Nossa gostei do post Rick e concordo plenamente com você, não estamos aqui para escolher, porém não estamos aqui também, para fazer aquilo que não curtimos!! Bom inicio e segue em frente, esse é o caminho!
Obrigado pelas palavras, Camille! Adoro seu blog!!!
Vou conseguir!
Eu ri!
Já tava pensando: nossa, cara sortudo, pouco tempo aí e já conseguiu entrevista em empresa bacana….
Mas vender de porta em porta não deve ser nada fácil.
De qualquer forma, você vai se dar muito bem aí! Tenho certeza que logo você estará postando como conseguiu o primeiro emprego na Irlanda. 😉
Força Rick, o mundo é seu!